O IAC- Instituto Agronômico conduz um experimento que avalia a a adição do combustível de origem animal ao óleo diesel. O objetivo é produzir o biodiesel a partir do sebo bovino, proporcionando mais uma fonte econômica e ambiental para um importante resíduo da atividade pecuária do Brasil. Os custos de produção alcançam valores que chegam a ser 30% mais baixos que os similares à base de óleo vegetal. A pesquisa já concluiu que a adição da substância menos poluente ao combustível tradicional não afeta o rendimento dos motores diesel.
De acordo com a pesquisadora Ila Maria Corrêa, o trabalho atesta que o uso prolongado da mistura não gera maiores consequências no equipamento, nem altera as características do óleo lubrificante. "De modo geral a alternativa é tecnicamente viável e os resultados satisfatórios. Em termos de potência, preserva praticamente o mesmo desempenho mecânico do motor que se obtém com diesel", diz a pesquisadora.
A análise físico-química do óleo lubrificante não apresentou alterações importantes com relação à viscosidade, diluição, índice de basicidade e ponto de fulgor. A alta concentração de minerais como sódio, ferro e alumínio poderiam sugerir algum nível de desgaste na máquina, mas a inspeção interna não identificou nenhum problema. O depósito de material nos bicos injetores foi semelhante ao causado pelo óleo puro.
Segundo o doutor em ciências dos materiais da UNB, Paulo Anselmo Ziani Suarez, no curso Produção de Biodiesel, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, "os resíduos agroindustriais são fontes de gordura animal, como, por exemplo, o sebo de boi e a gordura de frango, sendo uma excelente possibilidade de aproveitamento a produção de biodiesel".
Texto de: Ariádine Morgan