A cana-energia já existe há tempos, mas ainda não havia demonstrado resultado tão surpreendente e notável, como a alta produtividade por hectare plantado
A cana-energia apresenta alta produtividade por hectare plantado.
Desconhecida por muitos, a cana-energia já existe há tempos, mas ainda não havia demonstrado resultado tão surpreendente e notável, como a alta produtividade por hectare plantado. Uma nova variedade desenvolvida por pesquisadores concentrou o que há de melhor na genética da cana. Seu principal objetivo? Revolucionar os mercados do etanol e da bioeletricidade.
Graças ao rizoma da planta, com várias gemas que entram em contato direto com o solo, a cana-energia aprimorou sua capacidade de desenvolvimento e absorção de nutrientes. Isso também acontecia com a cana-de-açúcar selvagem, mas a seleção (escolha de variedades com maior taxa de açúcares em sua composição) fez com que a planta reprimisse a característica de produzir novas plantas partindo de cada gema.
É importante ressaltar que o rizoma da cana-energia absorve um volume bem maior de nutrientes do solo (quando comparado ao da cana convencional) e de forma muito mais rápida. Com isso, as plantas germinam mais cedo, com perfilhamento denso (mais próximas umas das outras), o que garante maior produtividade por hectare de terra e longevidade da cana.
Por retirar do solo o maior número de nutrientes possível, em menos tempo, a cana-energia não necessita de solos com alto padrão de qualidade. Além disso, ela é muito mais resistente à seca e ao pisoteio, podendo se multiplicar 4 vezes ou mais (quando comparada à cana-de-açúcar comum).
Estudos vêm sendo feitos em Alagoas (na estação de seleção de sementes de cana da Vignis) para desenvolver variedades de cana-energia com maior potencial produtivo. A empresa já desenvolveu 10 variedades de cana, que estão sob proteção do Ministério da Agricultura.
Segundo Luís Cláudio Rúbio, um dos proprietários da empresa, a variedade Vignis padrão consegue produzir cerca de 200 toneladas de cana por hectare (ao todo, são 17, 2 toneladas de açúcar/hectare e 92,6 toneladas de bagaço/hectare. Já a cana-de-açúcar (até mesmo a mais produtiva) alcança 100 toneladas/hectare (um total de 13,5 toneladas de açúcar/hectare e 25 toneladas de bagaço/hectare).
Tão importante quanto a produção de biocombustíveis de mamona, pinhão manso, girassol e outros, a cana-energia é um meio alternativo de energia bastante promissor e rentável.
Por Andréa Oliveira.
Fontes: Nova Cana e Cana Online.