Juliana Rodrigues Silvério dos Santos, pesquisadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), afirma que "é possível utilizar resíduos para gerar energia. Após o tratamento, esses materiais ficam mais concentrados em energia, têm maior durabilidade, menor umidade e são mais fáceis de transportar".
O processo é uma alternativa viável para destinar resíduos florestais e agroindustriais e, ainda, gerar energia na fazenda.
No tratamento, os resíduos são coletados "in natura" e levados a uma estufa comum até atingirem uma massa constante. Depois, são transferidos para uma estufa com aquecimento, onde são submetidos a dois tratamentos térmicos: um a 250°C por 30 minutos e outro a 280°C por duas horas.
Tanto a cana-de-açúcar quanto o eucalipto podem passar por esses estágios, já que possuem valores calóricos semelhantes. Juliana explica que o poder calorífico, ou seja, a quantidade de energia liberada por unidade de massa, aumenta após o tratamento térmico. Quanto mais elevada a temperatura do tratamento, maior é o poder calorífico.
O eucalipto apresentou maior aumento no poder calorífico, cerca de 25,7%, após o tratamento a 280°C por duas horas, enquanto o bagaço teve um aumento de apenas 10,2%. Esses materiais foram selecionados por representarem diferentes tipos de biomassa: o eucalipto como resíduo florestal e o bagaço de cana como resíduo agroindustrial."
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Por Silvana Teixeira.