Caramujo, de praga a etanol

Eles já invadiram quase todas as áreas agrícolas brasileiras e, nas cinco regiões do país, são uma praga a ser combatida. Os caramujos africanos são um verdadeiro pesadelo para os produtores rurais e, além de serem um risco à saúde pública, provocam desequilíbrio ecológico.

Apesar de todos esses malefícios, pesquisas realizadas pelo Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial mostram um lado bom do molusco. Ele poderá ser utilizado na produção de etanol de segunda geração, ou seja, o álcool obtido a partir de celulose.

De acordo com os estudos, o aparelho digestivo do animal, que é um devorador voraz de plantas, apresenta enzimas, bactérias e fungos capazes de quebrar moléculas de celulose, o que resulta na produção de açúcares. Esse processo é semelhante ao realizado na usina.

Após a ingestão dos alimentos, as bactérias e os fungos que vivem no intestino agem conjuntamente com as enzimas e transformam a celulose, rica em lignina, em açúcares. O trato digestivo desses animais é comparado ao bagaço que sobra das usinas, mas com qualidade superior à do fungo utilizado para fermentar a celulose no bagaço de cana convencional.

O objetivo dos pesquisadores é usar a biomassa do caramujo no processo convencional de fermentação, para ser transformada em etanol de segunda geração. Porém, para que isso aconteça, ainda é necessário encontrar uma maneira de isolar esses fungos, bactérias e enzimas e fazê-los crescer fora do organismo do caramujo.

Com esse método, será possível dobrar a quantidade de etanol de segunda geração, um tipo de biocombustível, produzido no Brasil, em um prazo de dois anos, utilizando a mesma área já plantada.

Texto de: Clara Peron

Administrador 11-07-2011 Biodiesel

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