Casca da laranja vira biocombustível

Tecnologia transforma resíduos alimentares, como cascas de laranja, em compostos químicos e biocombustíveis

Os restos são inevitáveis nos processos alimentícios, que cada vez são mais complexos e produzem resíduos orgânicos em grandes quantidades, nas áreas de cultivo, nas fábricas que processam os alimentos e pelos próprios consumidores. No Brasil, na produção comercial de suco de laranja, somente metade da fruta é utilizada, esses restos geram em torno de 8 milhões de resíduos ao ano.

Uma nova tecnologia está sendo testada por cientistas britânicos, brasileiros e espanhóis. Eles pretendem desenvolver um método que permita que os restos de alimentos sejam processados tanto domesticamente quanto em escala industrial. A tecnologia transforma resíduos alimentares, como cascas de laranja, em compostos químicos e biocombustíveis.

O método seria provedor de uma fonte renovável de carbono, além de resolver o crescente problema global do destino do lixo. Os pesquisadores acreditam que o método, que trata os restos alimentares com micro-ondas concentradas, pode extrair compostos químicos úteis a serem usados na produção de diversos materiais químicos.

O processo consiste em colocar em um micro-ondas a casca picada, as micro-ondas ativam a celulose, provocando a liberação de vários elementos químicos, como o d-limoleno, que pode ser usado diretamente na fabricação de perfumes.

A tecnologia com micro-ondas poderia processar qualquer coisa que contenha celulose e funcionaria perfeitamente com papel e cartolina. Os pesquisadores estimam que se a nova tecnologia se tornar disponível, comercialmente, seria possível processar cerca de 6 toneladas de resíduos alimentares por hora, com uma máquina com custo estimado em cerca de R$ 2,7 milhões.

Por: Virgínia Maria de Araújo

Virginia 27-09-2011 Matérias-Primas

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