O Piauí é o quarto maior produtor de energia eólica do país, graças aos ventos do semiárido, propícios a esse tipo de energia alternativa
"Nos países de grande dimensão territorial, como o Brasil, e com dificuldades para montar um programa de geração de energia elétrica, que acompanhe o seu desenvolvimento, as fontes de energia alternativa, como a energia eólica, passam a exercer um papel muito importante", afirma Antônio Leite de Sá, professor do Curso a Distância CPT Energia Eólica - Para Geração de Eletricidade e Bombeamento de Água da Área Energia Alternativa.
Não só a qualidade dos ventos como a sua constância viabilizam a implantação de parques eólicos, como ocorre no Piauí. Por isso, o estado é o quarto maior produtor de energia eólica do país, graças aos ventos do semiárido, propícios a esse tipo de energia alternativa. Segundo a Abeeólica - Associação Brasileira de Energia Eólica, a região gera 1.085 megawatts, distribuídos a 3,2 milhões de habitantes - muito além do seu consumo mensal de 876 MW.
O estado conta com seis usinas - Araripe I, Araripe II, Araripe III, Chapada do Piauí, Delta 1 e Pedra do Sal. Mas, em breve, serão inauguradas outras cinco usinas de energia eólica piauienses - Ventos São Vicente, Lagoa do Barro, Delta do Parnaíba II e Caldeirão Grande I e II. Sem falar que há uma outra usina em estudo - Serra da Ibiapaba, com capacidade para gerar 4 gigawatts de energia.
De acordo com Mário Araripe, presidente da Casa dos Ventos, grande investidora do setor de energia eólica, no semiárido piauiense, já foram injetados R$ 7,2 bilhões desde 2008. Como a região apresenta ventos constantes, a 120 metros do solo, o local é propício à construção dos parques eólicos. Sem falar que o território é extenso, o que favorece a instalação das torres, o que não é possível no litoral.
O Complexo Eólico Araripe III foi inaugurado recentemente, em junho de 2017, localizado próximo à divisa do Piauí com Pernambuco. Segundo Luís Coelho, secretário de Mineração, Petróleo e Energias Renováveis, o parque é o maior do Nordeste. Nele foram investidos R$ 1,8 bilhão - destes, R$ 20 milhões foram investidos em arrendamento de propriedades existentes na região.
Em 7 de junho de 2017, o fator de capacidade líquido (FCL) do Piauí ultrapassou 80%, uma marca acima das expectativas. O que é extremamente vantajoso para a economia local, pois possibilita o desenvolvimento da região, além de gerar emprego e preservar o meio ambiente - pois trata-se de um tipo de energia limpa, embasada na sustentabilidade.
Para estimular outras empresas a investirem na implantação de usinas eólicas no Piauí, o governo desenvolveu um projeto de incentivo (coordenado pela Secretaria de Mineração), o Propidel - Programa Piauiense de Produção de Energia Limpa. Nele, as empresas pagam tributos diferenciados se investirem na produção de equipamentos e insumos voltados à geração de energia eólica.
Fonte: Brasil 247.
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