A produção de álcool a partir de açúcares advindos do rejeito da mandioca foi comprovada por um grupo de pesquisadores da UFPA - Universidade Federal do Pará. De acordo com o coordenador desse projeto inovador, Alberdan Silva Santos, o objetivo é a produção de bioetanol para diversas aplicações, não somente para o biocombustível. "O álcool que estamos produzindo poderá ser direcionado tanto para a indústria de biocombustíveis, como para a indústria de cosméticos", explica o pesquisador.
A equipe tem a proposta de promover educação ambiental, melhorar a qualidade da industrialização da mandioca e reduzir o impacto ambiental em algumas regiões ribeirinhas do estado do Pará. "O grande volume de rejeito da mandioca é um problema para as margens dos rios e para a qualidade da farinha paraense. Por isso, buscamos organizar as coletas dos resíduos e encontrar alternativas de uso para os mesmos", ressalta Alberdan.
Para a professora Dr. Marney Pascoli Cereda, no curso Cultivo de Mandioca, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas, é interessante que se aproveite o máximo da produção da mandioca, pois seu cultivo é de fácil propagação e de rendimentos satisfatórios. "A mandioca tem elevada tolerância a longas estiagens e o produtor consegue bom retorno financeiro mesmo em solos de baixa fertilidade. Além disso, seu cultivo exige pouca utilização de insumos modernos e permite consórcio com inúmeras plantas alimentícias e industriais", enfoca Marney, professora da UNESP e pesquisadora do CERAT - Centro de Raízes e Amidos Tropicais.
Texto de: Ariádine Morgan