Principais problemas da colheita mecanizada da cana

A colheita mecanizada de cana é uma tecnologia relativamente recente e, por isso, requer alguns ajustes

“Basicamente, são cinco as operações que compreendem a colheita mecanizada da cana-de-açúcar: corte dos colmos na base, corte dos ponteiros, alimentação dos colmos para o interior da colheitadeira, remoção das folhas e picagem da cana”, explica Luiz Antônio de Bastos Andrade, engenheiro agrônomo e professor do Curso CPT Cultivo de Cana-de-açúcar para Produção de Cachaça.

A colheita mecanizada da cana é uma tecnologia relativamente recente e, por isso, requer alguns ajustes. Embora apresente algumas vantagens, como possibilidade de colher a cana crua, a mecanização da colheita da cana traz ao produtor alguns problemas, como alto investimento, tombamento da colheitadeira, prejuízos ao solo, sobras de raízes (soqueiras), perda na qualidade e na quantidade da cana, entre outros.

Veja, com mais detalhes, os principais problemas da colheita mecanizada da cana:

O corte de base mecanizado contamina a cana com terra e traz perdas significativas ao produtor de cana-de-açúcar. Sem falar da necessidade de se aumentar a potência da máquina 30 a 40 vezes mais quando comparados aos cortes dos colmos. Além disso, o corte dos ponteiros deixa de ser realizado por falhas mecânicas.

Outro problema é que a legislação proíbe o despalhamento, o que aumenta os custos de produção. Sem falar na pouca eficiência das atividades operacionais da colheitadeira e nas perdas do padrão quantitativo e qualitativo da cana. Estas perdas (visíveis e não visíveis) podem chegar a 10 % (ou mais), o que impacta na rentabilidade dos negócios.

Da mesma forma, a mecanização impacta na estrutura do solo principalmente pelo tráfego intenso das colheitadeiras e dos caminhões nas entrelinhas de plantio da cana. Com isso, o produtor não consegue seguir os princípios de conservação do solo, tão importantes para alcançar produtividades elevadas.

As operações da colheita mecanizada da cana-de-açúcar são sequenciais e se concentram especialmente na remoção dos colmos do canavial e na sua transferência para o interior da colheitadeira. Em canaviais com produtividade elevada, as plantas tombam em várias direções, o que dificulta a remoção mecânica dos colmos.

Além do tombamento aleatório das plantas, normalmente, os colmos da cana pendem na horizontal. Em outras palavras, a planta se desenvolve verticalmente, em um processo natural, mas com o tombamento, os colmos se encontram na horizontal, o que prejudica o processo operacional da colheitadeira.

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Fonte: Nova Cana - novacana.com

Por Andréa Oliveira.