“Assim como qualquer cultura, a cana-de-açúcar, independentemente de ser direcionada para produção de biocombustível, cachaça ou açúcar, pode se tornar alvo do ataque de besouros, formigas cortadeiras e nematoides. Quando o produtor de cana não adota medidas de controle, todo o canavial pode ser impactado, o que causa prejuízos econômicos em ampla escala”, afirma Juarez de Souza e Silva, engenheiro agrônomo e professor do Curso CPT Produção de Álcool Combustível na Fazenda.
Felizmente, algumas dicas de especialistas sobre controle de pragas da cana podem ajudar produtores, em todo o país, a se verem livres dessas terríveis pragas. Vejamos abaixo com mais detalhes:
Tipo de praga: besouros
No Brasil, atualmente, duas espécies de besouros têm infestado canaviais de forma bastante agressiva. São eles o Migdolus fryanus e o Sphenophorus levis (besouro-da-cana). Este último se concentra no colmo e no rizoma da planta (caule com crescimento horizontal) onde se alojam para se alimentar. Para evitar danos à lavoura de cana, a prevenção é uma das melhores medidas de controle.
Medidas de controle
Na reforma da lavoura, o produtor deve realizar a aração do solo para identificar se existem besouros no solo revolvido. O processo expõe as larvas aos raios solares e ao ataque de inimigos naturais, o que elimina as pragas ali existentes. Deve-se aguardar três semanas até mexer no terreno novamente. Nessa etapa, utiliza-se uma enxada rotativa para trituração do material revolvido na fase anterior.
O processo promove a rápida secagem dos restos vegetais, que normalmente acontece ao longo de duas semanas. Após esse período, deve-se proceder ao preparo do solo como de costume. Outra forma eficiente de controle de besouros é com o emprego de iscas submersas, por 12 horas, em produtos inseticidas. Em seguida, basta distribuí-las no solo e cobri-las com grama.
Tipo de praga: saúvas e quenquéns
As saúvas e quenquéns são espécies de formigas cortadeiras, que destroem a plantação de cana, caso nenhuma decisão seja tomada por parte do produtor. O ataque à cana-de-açúcar se estende ao longo do ano, independentemente da região. Para identificá-las, basta analisar os ninhos, que diferem de tamanho conforme a espécie de formiga. O construído pelas quenquéns chega a dois metros; já o das saúvas alcança mais de cinco metros.
As saúvas e quenquéns cortam energicamente as folhas da cana até que a planta definhe e morra. Ninhos de saúvas, formados por mais de três anos, são responsáveis pela destruição de três toneladas de cana anuais.
Medidas de controle:
Como controle, são utilizados formicidas em isca, pó ou gás. Eles devem ser prescritos por engenheiro agrônomo, assim como todo produto agroquímico.
Tipo de praga: nematoides
Os nematoides concentram o ataque nas raízes da cana. Quando não controlados, as perdas na plantação podem chegar a 20%. Para avaliar a melhor forma de controle, de acordo com o grau de infestação na lavoura, deve ser coletada uma amostra da raiz junto ao solo (25 centímetros de profundidade). As coletas devem ser realizadas, separadamente, considerando a idade e a variedade da cana, além do tipo de solo e dos insumos agrícolas utilizados.
Medidas de controle:
Podem ser realizados o controle químico, com a aplicação de nematicidas no solo, ou o controle varietal, com variedades de cana resistentes aos nematoides. Este é o método mais viável técnica e economicamente. Na verdade, em casos de suspeita de infestação, esse procedimento deve ser realizado. Afinal, a inspeção contínua pode evitar danos irreversíveis à lavoura de cana.
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Fonte: Boas Práticas Agronômicas - boaspraticasagronomicas.com.br
Por Andréa Oliveira.