Biodiesel é produzido a partir de cianobactérias

Estes microrganismos podem produzir cerca de 140 mil litros de biodiesel por hectare

Atualmente, o biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais e animais. Isso faz com que a preocupação com a escassez de alimentos cresça cada vez mais. Por isso, o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP tem estudado as cianobactérias, que podem ser uma alternativa mais viável, tanto economicamente como também mais abundante, além de não envolver implicações alimentares.

O cianodiesel é derivado de um dos elementos vivos mais antigos existentes na natureza, as cianobacterias. Elas possuem potencial de desenvolvimento ilimitado e é um elemento microbiano de aplicações biotecnológicas diversificadas.

A pesquisa desenvolvida pela Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP busca extrair o lipídio acumulado nas células para transformá-lo em óleo diesel com propriedade comercial. A maior vantagem da nova matéria-prima é a quantidade de óleo bruto que se pode extrair em escala industrial. Os microrganismos podem produzir cerca de 140 mil litros por hectare, enquanto o milho, por exemplo, produz aproximadamente 168 litros de óleo por hectare plantado.

Outras vantagens encontram-se no fato de não ser necessário área cultivável e colheita contínua. Além disso, as células possuem necessidades nutricionais simples, o período de produção de biomassa é curto e a concentração de óleo pode chegar a 50%. Caroline Pamplona, pós-doutoranda que vem desenvolvendo suas pesquisas no laboratório do Cena, afirma que "a engenharia genética pode contribuir com o desenvolvimento de sistemas biológicos novos e mais eficientes, aumentando a viabilidade do cianodiesel. Porém, a transição será demorada e enfrentará diversos desafios tecnológicos e políticos".

Por: Virgínia Maria de Araújo

Virginia 27-01-2012 Matérias-Primas

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