Há um pouco mais de um mês, iniciou-se o vazamento de petróleo no Golfo do México, com o trágico acidente da explosão na plataforma de prospecção submarina. Nesse triste episódio, 11 funcionários morreram e 17 ficaram feridos. Essa não é a primeira vez e, provavelmente, não será a última. Infelizmente, existe muita dificuldade em se conter vazamentos, sendo esse mais um elemento para avaliar as vantagens da bioenergia.
Para piorar, a operação de mitigar os danos do vazamento, tentando evitar que parcela alcance a superfície marinha, é um pouco polêmico. Especialistas acreditam que o dispersante aplicado é tóxico, o que deteriora ainda mais o meio ambiente. Esses vazamentos têm levado à morte milhares de pássaros e animais marinhos. Isso ainda acarreta um problema econômico, pois com a redução dos peixes e da beleza natural, muitas empresas pesqueiras e de turismo passam a perder em produção e vendas.
Ainda não foi confirmado o valor exato das perdas financeiras com essa catástrofe, mas estima-se que cada dia represente US$ 10 milhões em perdas de produtos e custos operacionais. Para o turismo e a pesca, esse valor chega a US$ 5,5 bilhões, fora o impacto ambiental que ainda não foi analisado.
De acordo com Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e professor do Departamento de Economia Rural da Unesp, "caso esse derramamento fosse de etanol, produto totalmente miscível com água e biodegradável, as consequências seriam enormemente menos impactantes e custosas".
Para o professor, esse acontecimento é mais um elemento para avaliar a agroenergia sobre o combustível fóssil e para pensar nos riscos existentes na exploração a grandes profundidades.
Texto de: Ariádine Morgan
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